quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Um pouco sobre SAÚDE...

                  Nos últimos anos vem crescendo o debate acerca da saúde. Os avanços tecnológicos, sociais e farmacêuticos proporcionaram certa facilidade para cuidarmos de nossa saúde como nunca antes da História (não atoa a expectativa média medieval era de 40 anos, enquanto hoje há países em que expectativa é mais que o dobro disso), assim como certa comodidade para vivermos por longos anos de inúmeras maneiras, inclusive de maneiras consideradas não saudáveis. Infelizmente, na maioria das vezes, esses debates acabam se apegando a questões periféricas, como estética, ou mesmo reproduzindo preconceitos o que levou o surgimento de receio de algumas pessoas por discutir sobre o assunto. O que a esmagadora maioria das pessoas esquece é que saúde não se resume a aparência, mas sim hábitos de vida. Você pode ser magro(a), gordinho(a), alto(a) ou baixo(a) e ser saudável ou não.
Um dos hábitos nocivos à saúde que tem aumentado nos últimos anos é o Sedentarismo. Sei que esse é um assunto extremamente complexo e polêmico, e não tenho a menor vontade de impor um suposto hábito de vida perfeito para todos (o que é logicamente impossível).  O intuito deste texto é, a priori, apresentar todos os ricos e doenças comprovadamente ligados ao sedentarismo e, a posteriori, deixar você leitor decidir como deve proceder daqui em diante.
O conceito de Sedentarismo é extremamente difícil de definir perfeitamente, tanto que cada pesquisa usa um parâmetro particular, por isso às vezes elas podem entrar em contradição. No entanto, essencialmente todas consideram sedentarismo o hábito de vida que tem um gasto de energia mínima, por não praticar exercícios físicos¹ e suas atividades físicas² diárias não demandarem muito esforço. 
Outro ponto importante é lembrar que nosso corpo foi evolutivamente adaptado para viver no ambiente selvagem. No ambiente saudável há recursos limitados, especialmente alimentos, quase todas as atividades físicas diárias requerem grande esforço e para tais nossos corpos já estão adaptadas. No mundo em que vivemos quase nada disso ocorre sem esforço individual, dado os motivos que apresentei no início e até nossos instintos nos incentivam a economizar o máximo de energia possível.
A obesidade é uma das consequências que mais frequentemente pensamos quando falamos sobre o assunto. Entretanto poucos sabem da grandeza desse problema em nível mundial: Na Europa e EUA isso já é visto como uma epidemia,  tendo 20% e 55% da população adulta obesa respectivamente. Até em países emergentes, como o Brasil, essa doença tem aumentado assustadoramente (Na América Latina, 56% dos adultos apresentam sobrepeso ou obesidade, enquanto a média mundial é de 34%). E como é amplamente conhecida, a obesidade é uma porta aberta para outras doenças, como doenças cardiovasculares, hipertensão, diabetes etc. Inclusive já há estudos recentes que mostram que ela afeta até mesmo a economia, sobrecarregando o SUS por estas doenças derivadas. Não sendo sensacionalista, há vários estudos que mostram que sedentarismo não é a única causa de obesidade e em muitos países, como nosso, nem mesmo é a maior causa. No entanto, é óbvio que uma vida sedentária prejudica extremamente alguém que lute para vencer essa doença.
Outra mazela evidente do sedentarismo é a má formação de ossos e músculos. Estatisticamente a grande maioria das pessoas apresentará alguma doença muscular ou óssea depois dos seus 70 anos. Isso pode parecer “natural” e inevitável, porém é um ledo engano, uma vez que milhões de pessoas com idade avançada não demonstram nenhuma doença similar. Demonstrando claramente que tais doenças são evitáveis com alimentação e hábitos saudáveis (salve algumas exceções).
E uma consequência direta descoberta recentemente, é que provavelmente o envelhecimento do cérebro pode ser acelerado pelo sedentarismo. Estudos no Canadá demonstraram que pessoas com baixo rendimento físico aos 40 anos tem grande tendência a ter um envelhecimento mais rápido do cérebro. Envelhecimento cerebral é um processo natural, onde há até uma redução de tamanho do órgão, e está intimamente ligado ao surgimento de doenças neurológicas, como demência e Alzheimer. Ainda é necessário maiores estudos para comprovar completamente a tese, mas que tudo indica é que sim, sedentarismo pode levar o encolhimento do cérebro e doenças neurológicas na velhice.

1: Atividade física pode ser definida como qualquer movimento corporal produzido pelo músculo esquelético que gera um gasto energético. 

2:exercício físico é definido como uma atividade física organizada, planejada, estruturada e repetida.
que tem o objetivo de melhorar ou manter um ou mais componentes da aptidão física. Exemplo: Praticar um esporte.


Fontes:
http://www.saocamilo-sp.br/pdf/mundo_saude/56/01_nao_ao_sedentarismo.pdf
http://www.periodicos.rc.biblioteca.unesp.br/index.php/motriz/article/view/2273/2230
http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2016/02/160224_sedentario_40_cerebro_estudo_fd
http://repositorio.furg.br/handle/1/1204
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-27301999000300002
http://pre.univesp.br/a-epidemia-de-obesidade-no-brasil#.VylSmNIrI_4

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