Com o boom da rede
social nos dias atuais, muita gente vem apresentando blogs, instablogs, e
demais mídias, dando dicas sobre saúde, exercícios, alimentação e outros
assuntos voltados para a qualidade de vida. A meu ver, quanto mais gente
influenciando e sendo referência para o bom caminho, melhor! Entretanto, temos
que ter cuidado para não confundir a capacidade técnica de cada profissional.
Afinal, somente alguém habilitado e com experiência pode realmente indicar o
“caminho das pedras” de maneira sensata e sem riscos para sua saúde. Por isso,
hoje no blog vou falar sobre o Profissional de Educação Física e vários
segmentos em que esta classe atua. Para tanto, consultei alguns especialistas
da área que contribuíram para a construção deste post.
O profissional da área de
Educação Física promove a saúde das pessoas através da prática de atividades
físicas, além planejar, supervisionar e coordenar programas de atividades
físicas, esportivas e recreativas. De uma maneira geral, seu trabalho consiste
em acompanhar e orientar as pessoas durante a prática de esportes ou exercícios
físicos e seu público é bastante variado, desde crianças em idade escolar,
pacientes que buscam a recuperação de movimentos, pessoas com deficiência
física (PCDs) e idosos que necessitam de cuidados específicos. Além disso, este
profissional é fundamental para formar e treinar atletas; ídolos dos esportes.
É importante frisar que o
personal (professor de Educação Física) não pode prescrever ou “orientar”
dietas, indicar e prescrever suplementos alimentares ou trabalhar com a
reabilitação de lesões, a menos que tenha outra graduação como nutrição ou
fisioterapia que o habilite.
A definição extensa desta
profissão também reflete nas variadas vertentes deste profissional, que está
habilitado a atuar na área escolar e não escolar. Dentro das escolas, o
profissional é apto para interagir com todos os níveis de ensino, passando pela
Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio e Ensino Superior. A este
público, ele oferece planejamento, implantação, implementação e avaliação de
programas do componente curricular de Educação Física. É responsável, muitas
vezes, por ser a referência esportiva às crianças e jovens, aquele que vai
ajudar o aluno a descobrir uma atividade física do seu interesse, capaz de
colaborar com a autoestima, socialização, compensação de distúrbios funcionais,
integração e relações sociais.
Na área não escolar, o
profissional pode atuar nos diversos segmentos da organização social, públicas
e particulares, com exceção ao sistema escolar, como por exemplo: técnico em
esporte; professor em academias, clubes recreativos e esportivos, associações
atléticas, associações classistas desportivas e no desporto comunitário;
hospitais; hotéis; programas para terceira idade; programas de educação física
adaptada; programas de atividades físicas e de lazer; programas de ginástica
laboral em empresas e indústrias, hotéis; organização e arbitragem de torneios
esportivos e Personal Trainer. O campo de atuação poderá ainda expandir-se à
consultoria e prestação de serviços a órgãos públicos, empreendimentos
particulares e aos meios de comunicação de massa, no que se relacionar à
educação física.
Não à ilegalidade!
Para garantir que nenhum leigo
atue nas escolas, academias, e demais áreas, de maneira ilegal, foi criado o
Conselho Federal de Educação Física (Confef), que conta com suas unidades
regionais (Crefs). As intuições são as responsáveis por emitir o registro do
Profissional de Educação Física, que identifica a formação científica necessária
para que o mesmo exerça sua função sem agredir a saúde de qualquer pessoa que
usufrua do seu serviço. De acordo com a instituição nacional, cerca de 160 mil
profissionais possuem esse registro, porém, estima-se que outros 50 mil ainda
não estejam cadastrados.
Na área escolar, o profissional
de educação física é a referência esportiva às crianças e jovens, aquele que
vai ajudar o aluno a descobrir uma atividade física do seu interesse, capaz de
colaborar com a autoestima, socialização e compensação de distúrbios
funcionais.
A regulamentação da atividade
provém da Lei nº 9.696, de 1º de setembro de 1998, e afirma que “o exercício
das atividades de Educação Física” e a designação de “Profissional de Educação
Física” passaram a ser “prerrogativa dos profissionais regularmente registrados
nos Conselhos Regionais de Educação Física”, como estabelece o seu art. 1º.
“Ao se regulamentar a Educação
Física como atividade profissional, foi identificada, paralelamente à
importância de conhecimento técnico e científico especializado, a necessidade
do desenvolvimento de competência específica para sua aplicação, que
possibilite estender a toda a sociedade os valores e os benefícios advindos da
sua prática. Assim, o ideal da profissão define-se pela prestação de um atendimento
melhor e mais qualificado a um número cada vez maior de pessoas, tendo como
referência um conjunto de princípios, normas e valores éticos livremente
assumidos, individual e coletivamente, pelos Profissionais de Educação Física”,
explica o Presidente do Confef, Jorge Steinhilber, ao ressaltar, em seguida, a
importância da Educação Física para a formação e desenvolvimento dos pequenos.
Outro importante campo de atuação
dos profissionais de Educação Física é a reabilitação, uma área que requer
muito estudo e uma atuação multidisciplinar.
“Estudos já demonstraram que
muitas crianças apresentam dificuldades de alfabetização por falta de
coordenação – coordenação dinâmica geral e coordenação motora fina. A Educação
Física tem sua especificidade no desenvolvimento do corpo em movimento
consciente, fator necessário para a vida toda por cada um de nós e que não
sendo desenvolvida prejudica, inclusive, o processo de desenvolvimento da
lógica e da alfabetização. Portanto, é necessário que a escola ofereça a disciplina
para possibilitar à criança desenvolvimento de seu corpo para que ela possa
viver de forma plena. Não há Educação sem Educação Física”.
A evolução do mercado
Com a exigência da população
voltada para a qualidade do corpo e mente, o mercado do profissional de
Educação Física expandiu, exigindo uma preparação ainda maior tanto daqueles
que já estão inseridos no mercado, como dos estudantes. Por isso, desde 2010,
seguindo a orientação do Ministério da Educação, o currículo do Bacharelado em
Educação Física tem novas disciplinas obrigatórias, como Ginástica Laboral;
Antropologia e Fisiologia do Corpo; Fisiologia do Exercício; Saúde Coletiva;
Lazer; e Empreendedorismo. Tudo isso para responder às novas demandas e
viabilizar a expansão da profissão.
Presidente do Confef, Jorge
Steinhilber, explica que o registro profissional é imprescindível para a
classe.
A bacharel em Educação Física,
professora Heloisa Santini, cita como exemplo a introdução da disciplina de
Empreendedorismo, diante da necessidade de preparar o aluno para planejar e
administrar as suas atividades e até mesmo a sua empresa, já que muitos
profissionais da Educação Física atuam individualmente ou abrem suas próprias
empresas, como as academias, que tiveram um aumento considerável nos últimos anos.
Uma pesquisa realizada pela International Health, Racquet & Sportsclub
Association (IHRSA) mostrou que, de 2007 até 2010 o número de academias no
Brasil chegou perto de 15.551, ficando atrás apenas dos Estados Unidos da
América.
Personal Trainer: a tendência
do mercado
Quem é que gosta de praticar
algum exercício sozinho? É possível contar nos dedos esses raros seres humanos,
não é verdade? Até porque, atividade física com mais alguém é sempre mais
estimulante. Talvez, por isso, que a grande tendência do mercado do
Profissional de Educação Física seja o de Personal Trainer, aquele que oferece
ao aluno um treinamento específico e personalizado nas academias ou fora delas.
Resumindo, o cliente do personal receberá uma orientação constante, não só em
relação aos exercícios que irá realizar, mas também poderá contar com a
correção dos movimentos e com o fator motivacional que é muito importante
durante os dias de treino.
Porém, é importante frisar que o
personal (professor de Educação Física) não pode prescrever ou “orientar”
dietas, indicar e prescrever suplementos alimentares ou trabalhar com a
reabilitação de lesões, a menos que tenha outra graduação como nutrição ou
fisioterapia que o habilite. Caso o faça, poderá ser enquadrado no exercício
ilegal da profissão, crime tipificado no código penal.
Atualmente, inclusive, já existe
a Sociedade Brasileira de Personal Trainers (SBPT). O órgão afirma os seguintes
números em relação a este serviço no País:
Número de Personal Trainers no
Brasil = 85.000
Distribuição regional:
– 56% no Sudeste
– 19% no Sul
– 12% no Nordeste
– 9% no Centro-Oeste
– 4% no Norte
– 56% no Sudeste
– 19% no Sul
– 12% no Nordeste
– 9% no Centro-Oeste
– 4% no Norte
Faturamento do Personal Training
no Brasil = R$ 2,5 bilhões/ano
Uma pesquisa realizada pela
International Health, Racquet & Sportsclub Association (IHRSA) mostrou que,
de 2007 até 2010 o número de academias no Brasil chegou perto de 15.551.
Licenciatura x
Bacharelado
Muitas pessoas tem dúvida entre
as qualificações de licenciatura e o bacharelado em Educação Física. A
diferença é simples e exponho aqui:
A Licenciatura forma professores
que atuarão nas diferentes etapas e modalidades da educação básica, portanto,
para atuação específica e especializada com a componente curricular Educação
Física.
O bacharelado (oficialmente
designado de graduação) qualifica para analisar criticamente a realidade
social, para nela intervir por meio das diferentes manifestações da atividade
física e esportiva, tendo por finalidade aumentar as possibilidades de adoção
de um estilo de vida fisicamente ativo e saudável, estando impedido de atuar na
educação básica.
Em resumo, são duas formações
distintas com intervenções profissionais separadas. Para o licenciado é
exclusividade atuar especificamente na componente curricular Educação Física na
educação básica, e ao bacharelado é impossibilitada a atuação docente na educação
básica. A esse respeito refere-se, inclusive, a resolução CNE 7/2004 em seu
art. 4º, 2º que distingue a formação do graduado do licenciado, estabelecendo:
O Professor da Educação Básica, licenciatura plena em Educação Física, deverá
estar qualificado para a docência deste componente curricular na educação
básica, tendo como referência a legislação própria do Conselho Nacional de
Educação, bem como as orientações específicas para esta formação tratadas nesta
Resolução.
Educação Física e
Reabilitação
Outro importante campo de atuação
dos profissionais de Educação Física é a reabilitação. Cardiopatas, pessoas que
passaram por algum tipo de procedimento cirúrgico ou que sofreram lesão óssea e
muscular precisam de orientação profissional durante seu processo de
reabilitação.
A grande tendência do mercado do
Profissional de Educação Física é a atuação como Personal Trainer, aquele que
oferece ao aluno um treinamento específico e personalizado nas academias ou
fora delas.
“Esta é uma área que requer muito
estudo e uma atuação multidisciplinar, que deve envolver além do profissional
da Educação Física, médicos e fisioterapeutas”, observa Diógenes Fogaça, que se
formou em Educação Física na primeira turma da UCS, em 1981, e começou a
trabalhar com reabilitação há cerca de 15 anos. Ele tambem se especializou em
Fisiologia do Exercício e Reabilitação Cardiovascular. “É preciso entender
muito bem o funcionamento do corpo humano para poder orientar os exercícios
adequados para cada caso”.
Resumindo
O Profissional de Educação Física
é capaz de contribuir para a capacitação e/ou restabelecimento de níveis
adequados de desempenho e condicionamento fisiocorporal, através da qualidade
de vida, da estética, da prevenção de doenças, de acidentes, de problemas
posturais, da compensação de distúrbios funcionais e autoestima. Além disso, é
habilitado para:
-Realizar análise e avaliação do
atual quadro físico da pessoa, bem como, a identificação dos fatores de riscos
ou limitantes para a prática de exercícios físicos.
-Escolher as atividades mais
indicadas ao nível de aptidão física do cliente e aos objetivos por ele
almejados.
-Orientar quanto ao vestuário,
calçados e acessórios para a prática dos exercícios propostos.
-Designar as condições para a
prática de um programa de atividade física: local, horário, temperatura,
umidade e outras variáveis que podem influir na execução do programar.
-Controlar a duração, frequência,
intensidade, velocidade de execução, intervalo, e variações das modalidades do
programa de exercícios.
Atualmente, inclusive, já existe a Sociedade Brasileira de Personal Trainers (SBPT), a qual afirma que no País existe mais de 80 mil profissionais exercendo esta função “individualizada”.
Atualmente, inclusive, já existe a Sociedade Brasileira de Personal Trainers (SBPT), a qual afirma que no País existe mais de 80 mil profissionais exercendo esta função “individualizada”.
O Profissional de Educação Física
ainda é apto para prescrever:
-Exercícios técnicos: Natação (É
considerado 70% técnica e 30% aeróbio)
-Exercícios aeróbios: Caminhada,
corrida, ciclismo, dança de salão, entre outros.
-Exercícios de força ou
resistidos: Musculação, ginástica localizada, hidroginástica, entre outros.
-Exercícios de flexibilidade ou
mobilidade: Alongamentos, exercícios de flexibilidade, entre outros.
Agora que você já sabe mais sobre
a profissão e como identificar um profissional sério e competente, está na hora
de se aliar ao mesmo e começar a se mexer! Não perca tempo, afinal todo dia é
dia para praticar esporte e exalar qualidade de vida!
Matéria publicada
Fabricio Lima no site Uol